Afinal, do que são feitas as grandes histórias???
Perdas? Vitórias? As conquistas ao longo da jornada… Eu me pergunto, assim como Arnold fazia, do que são feitos os homens que fizeram história. Sem dúvida, de uma vontade insuperável. De uma determinação de ferro, houvesse o que fosse. A merda que fosse…
Passar por cima das derrotas, levar um tombo e reerguer-se não é tarefa fácil. Porra nenhuma… Já dizia o velho Sly: A vida é dura, este lugar é terrível, sujo e cruel. E se você deixar, você ficará de joelhos e permanecerá lá permanentemente.
Os vencedores são os caras que levam uma surra da vida e continuam seguindo em frente. Recebem a porrada, e continuam seguindo em frente.
Particularmente confesso que tem sido difícil seguir em frente…
Ainda estou de joelhos e fodido. Mesmo falando tudo isso pra você, uma pessoa comum como eu. Um guerreiro por dentro e talvez nem saiba. Com um futuro grandioso e um potencial gigantesco a explorar. Assim como eu, como Arnold, como Napoleão Bonaparte ou Alexandre o Grande. Nenhum deles nasceu grande, na verdade Napoleão era um nanico de merda.
Líderes influentes e personagens que marcam a história são grandes figuras a serem seguidas. Mas quem consegue dispor das dificuldades para seguir uma história de sacrifícios? Não é pra todo mundo. É o que eu sempre digo, romper a barreira da inércia e dar dor não é pra todo mundo. E se fosse? Não seria interessante. Seria como pedir o lixo de um copo de cerveja, e beber com um monte de perdedores. Fácil de executar.
Ser diferente não é pra todo mundo.
Na verdade a maioria das pessoas vai passar despercebida por você. No trabalho, na academia, na vida… A maioria não vai fazer a mínima diferença se existe ou não.
Na verdade mesmo… algumas você vai agradecer aos céus de não ter que aturar mais; A voz estridente, as cobranças indevidas, e a falta de respeito pelo o que você faz.
Perder pessoas assim não é como perder o que você mais ama ou quem você mais ama.
E o que você mais ama? Pode ser a si mesmo, pode ser seu carro, pode ser sua casa cheia de mobílias caras e aparelhos sofisticados. Pode ser drogas, álcool, pode ser sua família ou um cachorro. Um cachorro pode ser tudo o que você tem. Eu não sei. Na verdade eu não sei nem mais o que eu amo.
Quando se perde tudo, esse sentimento fica confuso. A vida continua no preto e branco. No preto dos pesos e no branco do pó da albumina com gosto de merda. No branco do magnésio que suja as barras, no branco da sua memória que você tenta apagar todo dia…
As memórias não podem ser apagadas…
Você tenta… Puta merda… Só Deus sabe o quanto você tenta. Você deita embaixo do supino e olha pras luzes no teto… parecem luzes de hospital. Elas não vão te curar, mas é só pra onde você consegue olhar. Você tenta não pensar em nada. Só no músculo a ser atingido. Você ouve o silêncio dentro de você. Você começa a série e de repente você consegue; tudo se apaga.
Esse é o melhor momento. O momento que eu pago pra ter naquela merda de lugar. Poderiam cobrar o que fosse… Eu pagaria. Ou moraria em um cubículo e compraria os equipamentos. Não teria sequer um móvel
além de um supino, anilhas e alguns halteres. Uma geladeira velha e um colchão pra dormir. Contanto que as lembranças não me fodessem mais.
Alguns vão ao treino para conversar, para namorar, para fazer amigos…
Eu não. Eu não estou aqui de brincadeira. Eu fecho a cara, eu coloco o som alto e incorporo uma atitude de “foda-se”. Foda-se quem você é. Foda-se se você se sente ameaçado. E pra te falar a verdade, eu nem sei como.
Eu nem olho pra você, recalcado de merda. Se você quer ser grande, tira o telefone do bolso, coloca roupas folgadas para não te atrapalhar e se suja, seu merda. Rola no chão de dor. Grita! Foda-se! Ou não, sai do meu mundo…
Não me encara e não me julga.
Como eu disse antes: Não vai fazer diferença na minha vida.