Fadiga, letargia, morosidade… apatia.. Fraqueza…
Esses dias mal consigo me levantar da cama para ir ao trabalho. Têm sido penoso cada grama de peso a levantar. E eu nunca fui assim. Droga… O que me abate? Os fantasmas do passado, as vozes na minha cabeça, o medo do fracasso.
O sangue não parece mais ser bombeado com tanta eficiência. Mal sinto o “pump” na academia e vejo os carros passando lentamente. O músculo tenta compensar em seu esforço em vão, mas somente cansaço. Esgotamento, exaustão.
Os pensamenotos na cabeça vazia, a falta de concentração a suspensão no ar e o olhar vazio para a barra no supino. A prostração, o peso no corpo, a depleção o transtorno de querer usar as cargas antes utilizadas com ligeira facilidade.
A morbidez do caminho a academia e a dificuldade herculea que tenho que fazer para conseguir começar… Faço meus aquecimentos, as noites começam a ficar frias e meu casaco sujo e suado mal me protege do vento invasor e estilhaçante. Me olho no espelho como já fiz inúmeras vezes como um encantador de serpentes tentando hipnotizar e dizer para mim mesmo que aquilo pra mim é fácil. Que já fiz aquilo inúmeras vezes e que a intensidade já foi 10.000 vezes maior.
Se a cabeça não levantar o peso, o corpo não acompanha. Tenho que me redimir, me reerguer. Do fundo do poço úmido, escuro e cheio de pedras a serem escaladas vejo os feixes da luz do sol. Escuto crianças brincando e vejo folhas secas voando. Imagino a luz que já me refletiu nos palcos e procuro a sensação novamente de estar naquele lugar.
O desejo ardente de se superar mais e mais e de sair desse estado de fraqueza é latente, é mais fundo que a própria sensação de ter uma alma forte, sempre pronta pro combate. Agora cansada. Cansaço. Mais um inimigo a ser vencido. Combatido. Um inimigo tão duro e tão fiel quanto a solidão. Um inimigo que não me permiti conhecer por muito tempo. Agora te conheço…
